domingo, 20 de agosto de 2017

O Lago Verde - O Final

   

  Confiando plenamente no que a moça tinha dito, ele adentrou naquele mundo tão encantador. Seguro de si, Marcos não tem a menor dúvida em segui-la. A beleza do local era tanta, que por vezes seus sentidos permitiam escapar alguma coisa. 

  Prosseguindo com a caminhada, o rapaz admirava-se com o que lhe era proporcionado. Como se não bastasse tanto deleite, de súbito, rompia-se diante dele um grande lago com uma luz dourada que pairava sobre as águas esverdeadas. O gramado que o rodeava assemelhava-se a um tapete aveludado. 

   Às margens desse lago pessoas conversavam umas com as outras. Uma parte delas passeavam às margens das águas, enquanto o restante estavam sentadas, mas todas aparentavam uma imensa felicidade em seus rostos, uma harmonia plena.

    — Está gostando do que vê? — Indagou a moça! — Contudo antes de o rapaz responder, crianças vieram até ao encontro da jovem pedindo para brincar! — A criançada gritava pelo nome dela sem parar! — Percebia-se que a moça era muito amada não apenas pelas crianças mas também pelos adultos.

    — Aqui tudo é perfeito! — Respondeu Marcos! — A perfeição está em todos os lugares, nas pessoas, nos ambientes, como se tudo fosse uma só coisa! — Completou de forma esfuziante!

    O desejo de permanecer ali envolto em tanta alegria crescia em seu coração. A decisão de não retornar para a família se consolidava dentro da mente do rapaz. Porém, a moça interrompendo seus pensamentos disse:

     — Marcos, está na hora de voltar! — Surpreso, ele tentou argumentar mas tudo foi em vão. — A jovem decidida lhe disse: — Existem pessoas que te amam, que precisam de você, por ora terá que ir, mas um dia voltarás e eu lhe mostrarei todas as maravilhas deste lugar! — Logo percebeu que eram palavras de despedida.

    Quando ela acabou de pronunciar essas palavras, uma voz familiar invade os ouvidos do rapaz, essa mesma voz foi se intensificando e tomando conta do seu ser. Ao mesmo tempo aquele mundo maravilhoso ia sumindo de seus olhos, simplesmente desaparecendo.

       — Marcos, meu filho, acorde!

     Ao abrir os olhos, ele enxerga a própria mãe à sua frente. — Dormiu pesado meu querido! — Chegou a hora de tomar o remédio novamente! — Exclamou a mãe dedicada!

     Ao ver a situação o menino sentiu um grande desapontamento. Com tudo levando a crer que fora um sonho, era como ter deixado um paraíso para trás. Todavia, em seguida, a decepção se converteu em uma consolação sem precedente, Marcos experenciava uma sensação jamais sentida, algo arrebatador.

     Dentro do seu coração nem de longe foi apenas um sonho, seu espírito sentia-se renovado. Marcos não deixara de sentir suas dores físicas e emocionais, entretanto, via-se mais fortalecido depois do ocorrido. Uma estranha convicção de que a sua vida já não era mais como antes, como se tivesse nascido outra pessoa em uma nova existência.

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