quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Lago Verde - Parte 3

 


   O esposo de prontidão rebateu:

   - Fique tranquila minha querida, ele mesmo fez questão de vir! - Nosso filho irá se distrair e curtir as férias com os irmãos! - Mas para te deixar mais calma vamos pernoitar em uma pousada que se localiza nesse mesmo lugar!

   Passado o diálogo não tardaram em avistar a hospedaria, juntamente a ela o posto de gasolina. Sem demora o automóvel foi estacionado com o intuito de abastecê-lo. A família já se encontrando cansada pela desgastante viagem, encaminha-se à pousada.

   - Meu filho, acorda!

   Obedecendo a ordem de sua mãe, Marcos desperta do sono, só que para sua surpresa não era ela. Ele espiou em todos os lados, ninguém por perto, nenhuma alma viva. De repente notou-se no meio do nada, abandonado na estrada, a única lembrança é o carro ali parado.

   - O que está acontecendo? - Perguntou o rapaz a si mesmo.

   Depois de algum tempo chamando pelos seus pais e irmãos, a agonia avançava pela falta de resposta. Vendo-se perdido, o garoto sentia o desespero bater à sua porta. Considerando sua pouca idade era um fardo muito pesado de suportar.

   - Socorro! - Alguém me ajude! - Gritou o jovem!

   O que se seguiu foi um silêncio aterrador. Contudo, neste ínterim, Marcos vislumbra um clarão, uma grande luz branca resplandecendo no meio de toda a escuridão. Imediatamente a atração foi maior que o medo como um inseto hipnotizado por uma lâmpada. Os primeiros passos em direção à claridade foram lentos, inseguros, cercados de dúvidas. Indecisões, às quais, convertidas em fascínio, tamanho a grandeza desse brilho.

terça-feira, 16 de maio de 2017

O Lago Verde - Parte 2

   

   E a viagem prosseguia, todavia, nesta ocasião, o percurso seria muito mais longo. Um dia e uma noite seriam precisos a fim de chegarem ao ponto de destino. Independente do cansaço, os viajantes encontram disposição de permanecerem acordados, os mínimos detalhes eram registrados pelos ocupantes daquele carro.

   No instante em que a noite finalmente se fez presente, trouxe também a lua e as estrelas. O céu limpo, sem nuvens, colabora fielmente com toda essa beleza encantadora. No entanto, mais uma vez, Marcos não se encontrava no mesmo contexto de sua família. O menino após ingerir o remédio, adormecera no banco de trás.

   Vendo seu filho adormecido e com fisionomia sofrida, a mãe zelosa estende seus braços com a intenção de ajeitá-lo melhor. Por mais que todos os cuidados fossem providenciados, o prolongado passeio maltratava o pobre braço.

   - Marido, temos que parar um pouco para esticar as pernas! - Disse a esposa.

   - Logo à frente há um local de parada! - Respondeu o homem. E continuando disse:

   - Temos que abastecer de qualquer forma, vamos aproveitar e jantar em seguida! Respondeu prontamente.

   A mulher retomando a fala completou:

   - Estou um pouco aflita com o nosso filho! - Talvez não devíamos ter feito essa viagem, está sendo um sacrifício para ele! - Falou a mãe apreensiva.

Primeiro Milagre de Santa Teresinha na Madeira no dia de sua morte

          Ao cair da tarde do dia 30 de Setembro de 1897, a florzinha branca do Carmelo escuta a Voz do Senhor da Vida e da Morte, pronto a “romper a teia deste doce encon­tro”, na expressão feliz da poesia mística de S. João da Cruz, em Chama viva de Amor.
          Perto da janela da enfermaria, o canto alegre e pertinente de um passarinho aumenta a tristeza das Irmãs Martin, também carmelitas, que velam junto do benjamim da família – a Ir. Teresinha do Meni­no Jesus e da Santa Face. No limi­ar da eternidade, lança à sua prioresa, Madre Gonzaga, um derradeiro olhar, humilde e supli­cante: “Apresente-me depressa à Santíssima Virgem, eu sou um bebé que não pode mais!... Prepare-me para morrer bem...” (Últi­mos Conselhos e Recordações). No meio de indizíveis sofrimentos físi­cos e espirituais, irrompe dos seus lábios moribundos um grito de amor: “Não me arrependo de me ter entregue ao Amor. Meu Deus, eu amo-Vos. Oh! Amo-Vos!” (Caderno Amarelo).
          Pouco depois, com o rosto trans­figurado e iluminado por inexplicá­vel luz celeste, falecia santamente. Tinha 24 anos de idade e nove de vida consagrada na Ordem de Nos­sa Senhora do Carmo.
          O seu belo sorriso e a novidade da espiritualidade da infância, nar­rada na sua autobiografia – Histó­ria de uma Alma – depressa con­quistaram o mundo. Mas, em 1897, era ainda muito pouco conhecida fora dos muros do seu Carmelo.

A força da oração, uma chuva de rosas
 
         Decorria o ano de 1897. A Irmã Virgínia da Paixão, a humilde reli­giosa clarissa do Mosteiro de Nos­sa Senhora das Mercês no Funchal, encontrava-se gravemente doente, devido a uma queda nas escadas. Esta enfermidade fazia-a sofrer imenso, não só pelas dores físicas, mas pela relutância que experimen­tava em deixar-se examinar pelo médico. Com a força das dores não conseguia conciliar o sono. Na noi­te de 30 de Setembro, sentindo au­mentar os sofrimentos, pediu ao Senhor que a curasse por interces­são da primeira alma que entrasse naquele momento no Paraíso. A resposta do céu não se fez esperar. Narra-nos a Madre Virgínia nos seus escritos: “Senti uma mão invi­sível que me tocava e vi junto do meu leito uma religiosa vestida de hábito pardo, manto branco e véu preto na cabeça. Conheci que não era a nossa enfermeira. Era manhã, mas ainda fazia escuro, e reconhe­ci à luz bruxuleante da lâmpada, que era uma religiosa nova e muito formosa. Referiu que Jesus, respon­dendo à minha súplica, a tinha en­viado para lhe dizer ser Sua vonta­de me submetesse ao exame clínico prescrito e me deixasse tratar. Ela seria a minha fiel enfermeira. Perguntei-lhe quem era. Por fim, sor­riu e disse: eu sou uma religiosa carmelita, chamada Teresa do Me­nino Jesus e da Santa Face, que acabo a vida mortal e entro já no Paraíso. Recomendou-me segredo até ao tempo que aprouvesse ao di­vino Senhor revelar (o milagre) e desapareceu” (Apontamento Bio­gráfico do Padre João Prudêncio da Costa).
          A Madre Virgínia relata que o médico fez a intervenção cirúrgica conveniente e que Santa Teresinha do Menino Jesus foi a sua fiel e de­dicada enfermeira, tirando-lhe to­das as dores. “Fiquei perfeitamente boa. Fui curada milagrosamente. Isto deu-se no dia 30 de Setembro para 1 de Outubro de 1897. No dia 4, festa do meu Pai S. Francisco, já pude tomar parte nas funções da comunidade”. Clinicamente era inexplicável como em tão pouco tempo se realizou a prodigiosa cu­ra. Mistérios de Deus: nesse mes­mo dia, em Lisieux, realizava-se o funeral de Santa Teresinha do Me­nino Jesus e da Santa Face.